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Entrevista | Ricardo Guidi diz que, embora representatividade política, Sul continua carente de atenção pública

Por: Marcos Schettini
05/06/2020 11:54
Divulgação

Em 2018, Ricardo Guidi foi eleito deputado federal pelo PSD em uma dobradinha inteligente com Julio Garcia, político experiente que deixou o Tribunal de Contas para retornar à Alesc e presidir o Parlamento.

Com a confirmação da cadeira na Câmara dos Deputados após decisão do Tribunal Superior Eleitoral em março, o filho do ex-deputado estadual Altair Guidi e da ex-senadora Sandra Zanatta Guidi, tem trabalhado no Congresso Nacional para aprovar um Projeto de Lei que pode garantir novo prazo para pessoas físicas e jurídicas no pagamento de tributos federais, dando fôlego neste momento de crise econômica provocada pela pandemia de coronavírus.

Em entrevista exclusiva concedida ao jornalista Marcos Schettini, o parlamentar fez uma avaliação do mandato, disse que o Governo Moisés vive seu pior momento, parabenizou a gestão do prefeito Clésio Salvaro em Criciúma e negou disputar as eleições municipais este ano. Confira:


Marcos Schettini: Qual avaliação feita destes meses como deputado federal?

Ricardo Guidi: A avaliação é a melhor possível. Representar Santa Catarina na Câmara Federal é algo que me dá muito orgulho e tenho trabalhado muito para fazer o melhor possível. Do ponto de vista político, estar na Capital Federal representa um aprendizado diário e uma sequência de oportunidades para ajudar nosso Estado. E tenho ficado atento para que isso se transforme em benefícios para o cidadão. Neste momento, estou dedicado a um Projeto de Lei de alcance nacional para ajudar neste momento crítico de abalo da nossa economia. Apresentei o projeto de refinanciamento dos tributos federais que vai atender tanto pessoas físicas como jurídicas, e garantir um fôlego para que as empresas possam se reorganizar financeiramente e, principalmente, para que possam manter as portas abertas e os empregos. Na prática, estamos propondo um novo e estendido prazo para o pagamento dos tributos federais com regras claras, sem renúncia fiscal e que cabe bem neste momento em que nossa economia vive um momento delicado por conta da retração provocada pela pandemia.

Schettini: Criciúma é um polo forte de representação política no Congresso e na Alesc. Qual o significado disso?

Guidi: Isso é histórico. Não só Criciúma, mas toda a região Sul sempre teve presença marcante na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal. Acredito que tem dois componentes importantes para isso. Primeiro, a vocação empreendedora do Sul que sempre incentivou a formação de grandes lideranças que transitaram na atividade privada e pública com muito sucesso e grandes serviços prestados ao Estado. Segundo, a fama de que no Sul o cidadão é muito participativo na atividade política. Mas, mesmo assim, precisamos trabalhar muito para transformar essa representatividade política em ações de Governo, já que continuamos sendo uma das regiões mais carentes do Estado e que teve seu crescimento retraído pela ausência de grandes ações estruturantes por parte dos governos.


Schettini: Como o Sr. olha o Governo Federal brigando com o Congresso e o STF?

Guidi: A divergência de ideias entre as pessoas não é ruim e faz parte do jogo democrático. Mas isso tem que se dar sempre com o objetivo de melhorar nosso país, nossas leis e instituições. Não concordo quando a divergência invade o campo pessoal ou como ferramenta de embate político.


Schettini: O cenário da pandemia não deveria ter uma responsabilidade de união?

Guidi: Um problema desta grandeza exige, claro, uma ação coordenada na mesma proporção. É uma situação nova, que mudou nossa rotina repentinamente e que certamente vai introduzir novos hábitos na vida das pessoas. Por isso mesmo, requer todas as forças unidas, em todas as esferas de poder. Só com união, o problema de saúde e os outros que virão na sequência poderão sem enfrentados.


Schettini: O debate sobre unificar as eleições tem qual interpretação no Congresso?

Guidi: Este é um debate sempre presente no Congresso, fruto inclusive do sentimento colhido pelos deputados federais e senadores em suas bases, porque sempre recebemos manifestações a respeito deste assunto. Então, existe sim um debate frequente e até uma posição ampla que não descarta a unificação. Mas, por outro lado, uma grande parcela também defende que isso deve ser feito de modo combinado, ou seja, que o eleitor, quando for para a votação, saiba que está votando em um mandato ampliado para permitir, adiante, a unificação das eleições. Então, este debate ainda vai se manter até o momento em que estas questões estejam claras e pacificadas.


Schettini: Por que o Sr. não fala em ser candidato a prefeito de Criciúma nestas eleições?

Guidi: Eu estou cumprindo agora apenas o segundo ano do mandato de deputado federal e acho que posso contribuir muito com Criciúma, com Santa Catarina e com o Brasil. Participar da eleição em Criciúma como candidato a prefeito seria uma grande honra, pela minha história familiar e relação com a cidade, mas ainda há tempo no futuro para este projeto, caso seja o desejo da comunidade criciumense.Além disso, nosso partido já tem neste momento outro projeto eleitoral, que conta com o meu total apoio.


Schettini: Cresce o pedido de cassação do governador Moisés e da vice. Qual sua opinião?

Guidi: Acho que o Governo do Estado vive de fato o seu pior momento, com muitas ações inexplicáveis. Estes assuntos já estão todos na Assembleia Legislativa, que é o ambiente mais adequado para a análise aprofundada dos fatos, o levantamento de provas, a tomada de depoimentos e espaço para a defesa. O governador e a vice precisam abrir o governo para a sociedade, falar com a população e também com as lideranças estaduais, que podem e desejam contribuir. A ruptura nunca é o melhor caminho, porque deixa sequelas e atrasa o andamento das coisas, mas se houver forte justificativa, é um remédio amargo que precisa ser administrado.


Schettini: Qual sua avaliação do Governo Clésio Salvaro antes e durante a pandemia?

Guidi: A atual administração de Criciúma tem cumprido bem seu papel. Nosso partido faz parte da administração na presença do vice-prefeito Ricardo Fabris, que é bastante atuante, tem posições firmas e contribui com o governo municipal. Eu entendo que são muitas as dificuldades vividas pelas administrações e que talvez piorem com a pandemia. Mas o município se preparou, criou estrutura de apoio e atendimento e, claro, foi ajudado pelo Governo Federal e pela população local, que entendeu a necessidade dos cuidados recomendados.


Schettini: O que o extremismo significa para a democracia?

Guidi: São conceitos que não convivem. E nenhum extremismo é bom, porque ele simplesmente fecha a porta para toda e qualquer opinião diferente daquele que se manifesta de forma extrema. Já a democracia, ao contrário, cresce na pluralidade e no respeito às opiniões. Se o extremismo de qualquer lado se tornar uma força em nosso país, fatalmente vai aniquilar a democracia.


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